Ainda em maturação no país, os nutricosméticos encontram aqui um terreno fértil para o seu desenvolvimento e um mercado importe em termos globais. “É uma oportunidade de mercado”, destacou Mark Vieceli, gestor de desenvolvimento de negócios e marketing da região das Américas da Capsugel, divisão Pharma/Dietary Supplements da Pfizer que veio a São Paulo para o lançamento do produto, num workshop para jornalistas do setor.
A Capsugel produz cápsulas de gelatina não animal vazias e oferece equipamentos de última geração para o enchimento e vedação das mesmas. Suas cápsulas são utilizadas para suplementos dietéticos e funcionais, mercado em que a Racco já atua desde 2002, através de sua linha Fibra Life. A Racco conta inclusive uma fábrica recém inaugurada para a produção de alimentos funcionais – sopas e fibras para shakes. Entretanto, para dar asas ao projeto de introduzir uma linha brasileira de nutricosméticos no mercado, precisaria ter uma fábrica só para este segmento, com equipamentos específicos para o perfeito enchimento das cápsulas. “A Pfizer, através da Capsugel, tem toda a expertise necessária para que pudéssemos oferecer um produto seguro e eficaz”, disse Luis Felipe Rauen, presidente da Racco.
A regularização desse tipo de produto no país não foi simples, já que os nutricosméticos são da categoria saúde e beleza, que combinam nutrição à saúde do corpo e da pele. São à base de nutracêuticos, que são alimentos/nutrientes (dentro da IDR* Legais e Vigentes) que proporcionam benefícios de saúde e, conseqüentemente, ganhos estéticos. Liberam topicamente vitaminas, aminoácidos, proteínas e ativos botânicos para oferecer benefícios antioxidantes, ou seja benefícios cosméticos.
Os principais conceitos utilizados para descrever a ação dos nutricosméticos, portanto, são: Nutrir a pele de dentro para fora; Suplementos de beleza oral; Princípios ativos especiais que previnem o envelhecimento; Produtos alimentícios, que funcionam como complemento dos cosméticos. De acordo com o workshop eles diferem dos cosmecêuticos, que são produtos específicos para algumas áreas e incorporam ativos farmacêuticos ou que tenham ação corretiva semelhante a farmacêuticos para aplicação tópica.
De acordo com o farmacêutico e bioquímico Industrial Gustavo F Boaventura a definição de cosmético diz que este tipo de produto age topicamente, sem absorção sistêmica. Logo, se há absorção e distribuição dos ativos presentes em um produto, ele deixará de ser um cosmético e necessitará de outro tipo de registro, bem como obedecerá a normas mais criteriosas de produção e, principalmente, necessitará d e um farmacêutico que se responsabilize técnicamente, de acordo com a legislação atual. Maxxi 30 foi regulamentado e aprovado pela Anvisa como alimento porque faz bem a saúde mas é visto como nutricosmético.
“A nomenclatura está confusa e deveria ser repensada. Esses produtos de uso oral devem continuar pertencendo a classe de nutracêuticos ou suplementos e sob a responsabilidade de nutricionistas e médicos”, diz Boaventura, pós-graduando em Pesquisa & Desenvolvimento de Produtos Cosméticos pelo Instituto Racine. “Principalmente porque o mais prejudicado por essa confusão de nomenclatura é o próprio indivíduo (paciente ou consumidor final)” acrescenta. Para ele existe uma infinidade de ações corretivas muito bem-sucedidas pela via tópica. “Não há porque o mercado cosmético “migrar” para a via oral”, diz Boaventura, que é interessado, sobretudo no desenvolvimento, marketing e legislação do segmento.
Com cerca de 350 mil consultoras ativas, 300 itens no portfólio e 700 distribuidores a Racco exporta para Angola, Bolívia, Portugal, Estados Unidos (Nova York e San Diego) e mais recentemente para a França. “Crescemos 2.114% em seis anos”, conta Rauen. Dessa forma a Capsugel se insere pela porta da frente no mercado cosmético brasileiro: “O Brasil é o segundo maior mercado cosmético do mundo, um mercado de R$ 21,7 bilhões, com crescimento nos últimos anos de 13,6%.E é o único país do Ocidente entre os países BRIC, de economias emergentes (Brasil, Rússia, Índia e China)”, recita Vieceli.
Fábrica de suplementos alimentares da Racco
Muitas companhias dos EUA, Europa e Ásia aceleram o desenvolvimento de linhas de produtos que atendam a esse mercado de beleza via oral. O primeiro suplemento nutricional para a pele foi introduzido em 1991 no mercado mundial pela dinamarquesa Imedden (Ferrosan), marca pioneira no mundo e no Brasil, no mercado de nutricosméticos. Atualmente o país é o terceiro maior mercado da marca em todo o mundo. Em 2008 foi a vez da L´Oréal lançar por aquiInnéov Fermeté. A marca é líder global no mercado de Nutricosméticos e já tem no país o maior mercado do mundo para o produto. Mas dezenas de produtos já estão disponíveis no mercado, com ações prometidas de clareamento cutâneo, proteção contra os fatores de estresse ambiental, sinais e rugas, degradação de lipídios, regeneração e rejuvenescimento da pele, etc.
A vitamina E, a vitamina C, a coenzima Q, os carotenóides beta-caroteno e licopeno, os aminoácidos e seus análogos (principalmente L-arginina e s-adenosilmetionina), o ácido lipóico e os flavonóides, estão entre os nutracêuticos mais comumente utilizados e discutidos.
Em 2005, de acordo com dados do Euromonitor, o mercado mundial era de US$ 809 milhões em valor de vitaminas e suplementos. Viaceli diz que os suplementos de beleza nos EUA têm um mercado tão desenvolvido que já apresenta diferentes categorias, como: suplementos não calóricos para se levar em viagens como yogurtes líquidos e bebidas (Imedeen) para o corpo (Time Expert, para emagrecer (Cellu Light, Arkopharma e Shape Up & Detox) e fortificante capilar (Capilar Cenobiox), entre outros Maxxi 30 Life é, tecnicamente, um alimento para a pele, uma forma de tratar da beleza de dentro para fora. Atua na derme complementando a ação dos séruns, cremes e loções que atuam na epiderme. Contém basicamente Colágeno, Vitamina C hidrosolúvel, Vitamina E, e Zinco, que participa na síntese das proteínas e na formação de colágeno e elastina, além de auxiliar na regeneração celular e renovação da pele. Contém ainda licopeno, luteína, Goji Berry , extrato de semente de uva, chá verde, aloe vera e maçã.
“A Luteína aumenta os lipídios em 23%, os antioxidantes são de enzimas, fitoquímicos e chocolate; D-Alfa Tocoferol Vitamina E, que tem maior efeito antioxidante o Colágeno que participa da estruturação da pele melhora a hidratação, diminui a profundidade das rugas, melhora a firmeza e elasticidade, uniformiza o tônus da pele, promove maior luminosidade e diminuição de manchas”, explica Leila Semes, gestora de Pesquisa e Desenvolvimento da Racco. De acordo com a empresa, Maxxi 30, também aumenta a disposição favorecendo a saúde de forma geral. Sua única restrição é em relação a pessoas alérgicas a peixes e crustáceos, já que o produto contém ingrediente de origem marinha.
“O que é revolucionário em Maxxi 30 é a dosagem aplicada para manter os ativos estáveis; a tecnologia Licaps de envase, feita em ambiente de nitrogênio, que previne contra a oxidação e ainda a tecnologia que utilizamos para permitir que o produto seja fiel a formula, já que ele não contém excipientes e nem plasticidas, permitindo um envase com maior pureza”, apontou o gestor de desenvolvimento de negócios e marketing da Capsugel .
De acordo com Luis Felipe Rauen, as vendas já estão em torno de 55 mil unidades do produto, “Mas com curva ascendente”, afirma. “Na primeira importação da Pfizer foram 6 milhões de cápsulas, a segunda 14 milhões em duas partes e a terceira de 30 milhões de cápsulas”, contabiliza.
"A expectativa é de atingir os US$300 milhões ainda em 2009” , disse confiante o gestor de desenvolvimento de negócios e marketing da Pfizer. Considerando o preço competitivo que do produto R$89,00, em relação aos seus similares, entre R$ 100,00 e R$219,00, a meta pode ser cumprida, especialmente porque o produto promete resultados em 30 dias.
A eficácia de Maxxi 30 foi avaliada pelo Centro de Investigação da Evic Brasil - Instituto de Engenharia da Pele. Foram feitas avaliações de eficácia clínica e instrumental, com 30 voluntárias, além dos testes organizados pela Racco com 70 voluntários desde o mês de julho de 2008 até abril de 2009. A eficácia foi comprovada por todos os participantes, com aumento significativo da hidratação geral da pele, deixando-a mais uniforme, com saúde e viço, além de mais disposição para as atividades diárias já no início do uso.
“É uma quebra de paradigma em suplementos alimentares, com velocidade de resultados” , diz entusiasmado Felipe Rauen que já está exportando Maxxi 30 para os Estados Unidos: “O produto foi criado no Brasil, desenvolvido nos Estados Unidos e já estamos exportando para lá.
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